Pisadeira

Pisadeira ou pesadeira é um mito brasileiro que ocorre principalmente no estado de São Paulo e parte de Minas Gerais. Geralmente é descrita como uma mulher muito magra, com dedos compridos e secos, unhas enormes, sujas e amareladas. Tem as pernas curtas, cabelo desgrenhado, nariz enorme com muitos pelos, como um gavião. Os olhos são vermelho fogo, malignos e arregalados. O queixo é revirado para cima e a boca sempre escancarada, com dentes esverdeados e à mostra. Nunca ri, gargalha. Uma gargalhada estridente e horripilante que somente suas vítimas são capazes de ouvir. Apesar de magra e ressequida, o peso da Pisadeira é insuportável. Você "acorda" sem ar e sem conseguir se mover. Alguns dizem que não vêem nada. Outros afirmam que a enxergam em toda a sua feiura.

Ela vive pelos telhados, sempre à espreita. Quando uma pessoa janta e vai dormir com o estômago cheio, deitando-se de barriga para cima, a pisadeira entra em ação. Ela desce de seu esconderijo, se esgueirando através dos cantos até que fique ao seu lado na cama e senta-se ou pisa fortemente sobre o peito da vítima que entra em um estado letárgico, consciente do que ocorre ao seu redor, porém fica indefesa e incapaz de qualquer reação. Já que quando você dorme, seu corpo paralisa. É uma forma de proteger o corpo de movimentos bruscos e acidentes enquanto sonhamos. Claro que nem sempre isso funciona e assim temos os sonâmbulos e pessoas que caem da cama... Enfim... imagine que, por algum motivo a pessoa acorda, mas o cérebro pense que ainda está dormindo. Então a paralisia do sono se mantém até o cérebro detectar que você acordou. Nessa situação você mantém apenas controles mínimos de respiração e visão. Não consegue se mexer ou falar.

A explicação científica para o estado de pânico durante a paralisia é que podem acorrer as chamadas Alucinações hipnagógicas (ao adormecer) ou hipnopômpicas (ao acordar). São alucinações auditivas, visuais, táteis, sempre relacionadas à transição entre o sono e a vigília. Essa sensação é mais comum do que se imagina. Cientistas acreditam que a grande maioria das pessoas sentiram ou vão sentir isso uma ou mais vezes durante a vida.

Na luta para tentar sair dessa agônia o atacado normalmente consegue vencer, ou pensa que venceu. Com algum tempo a Pisadeira some e os movimentos da pessoa vão retornando lentamente. O problema é que ela se alimenta do seu medo e com certeza retornará.

Pelas suas características, a Pisadeira parece ser parente direto dos Sucubus e Incubus que também atacam as pessoas enquanto dormem, com a diferença do teor sexual durante o ataque.

Mas essa crença tem pelo menos um lado promissor: se alguém conseguir tirar qualquer peça de roupa da criatura, ela se tornará sua escrava, dando-lhe tudo o que ele desejar. Conta-se, a respeito, que um boiadeiro deitou-se para a sesta, mas ao sentir o peso em cima de si o sabidão estendeu o braço e tirou a touca da pisadeira, que logo satisfez todos seus desejos tornando-o o homem mais rico da região.

Os índios brasileiros falavam de Jurupari, um ente estranho que visita os humanos durante o sono e os assusta com a visão de perigos horríveis, impedindo-os ao mesmo tempo de gritar por socorro.


Em Portugal se tem notícia do Fradinho da Mão Furada, que “tem na cabeça um barrete encarnado, escarrancha-se à vontade em cima das pessoas e a ele são atribuídos os grandes pesadelos, Só quando a pessoa acorda é que ele vai embora”.



Nas lembranças de praticamente todos os povos da Terra existe a referência sobre um gigante ou anão, homem ou mulher de face horrenda, que aproveitava o sono das pessoas para sentar-se sobre seu estomago, comprimindo-lhes o peito e dificultando sua respiração.

Daí que em português e espanhol a palavra pesadelo deriva de peso, pesado, lembrando, talvez, o visitante noturno que traz consigo agonias que não se consegue explicar.

A Pisadeira é descrita de diferentes formas por autores que procuram explicá-la. O escritor Cornélio Pires, em “Conversas ao Pé do Fogo”, 1927, diz que “essa é uma muié muito magra, que tem os dedos cumprido e seco cum cada unhão! Tem as perna curta, cabelo desgadeiado, quexo revirado pra riba e nari magro munto arcado; sombranceia cerrado e zóio aceso... Quando a gente caba de ciá e vai durmi logo, deitado de costa, ele desce do teiado e senta no peito da gente, arcano... arcano... a boca do estámo... Purisso nunca se deve dexá as criança durmi de costa".



Acha que foi visitado pela Pisadeira?
Ou você tem outra explicação?

Fontes: 
http://pt.wikipedia.org/
http://casossobrenaturais.blogspot.com.br/
http://www.animeq.com.br/

9 comentários:

  1. Tem um mais chick!, chama APNEIA DO SONO ¬¬'

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  2. Tenho sim, e cada vez mais frequentes... Pisadeira, acho que não, já que costumo curtir mais do que temer essas paralisias ^^

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  3. legal ,não tinha ouvido falar

    Existem varios lendas e causos regionais ,traz ai pra gente sim ?

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  4. Lembrei de algo que me assustou agora O.o

    Uma noite eu não estava conseguindo dormir e escutei passos no telhado, acordei meu marido e ele disse que tb estava ouvindo O.o

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    1. kkkkk brincadeira kkkkk


      Mas houve uma epoca que eu morava em uma casa com essas telhas fininhas e sem forro(tempos dificeis) e acordava de noite com gatos namorando no telhado e quando eles corriam eram um barulho que parecia que tinha uma pessoa correndo lá em cima era um susto daqueles

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    2. Mas não eram gatos O.o a sombra era de algo maior. E qndo gatos estão simplesmente passando no telhado nós nem percebemos a não ser que façam barulhos O.o

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  5. Gente, ja tive isso várias vezes e não se trata desse mito, na minha opinião nada mais é do que o chamado retorno de nós como espírito, ao nosso corpo, ao retornarmos de nosso sono...
    Durante o processo, como nós em espírito não estamos devidamente "encaixados" ao nosso corpo depois do retorno ao sono, temos consciência do que acontece ao redor, mas não podemos nos mexer, somente depois de um tempo que conseguimos ter liberdade nos nossos movimentos, apenas isso ^^

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    1. Boa hipótese, pode ser que seja isso sim. Mas e como explicar o fato de VER a criatura?

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